sábado, 30 de maio de 2015

[RESENHA] Cidades de Papel

PODE CONTER SPOLIERS 


 (Editora Intrínseca, John Green)


Oi gente, hoje então, como está no título vou tentar resenhar o livro Cidades de Papel do John Green. Sem dúvidas esse livro juntamente com "Quem é você, Alaska?" é um dos meus favoritos, gosto da maneira como Green cria os personagens e como até mesmo os secundários são parte vital da narrativa e como consegue envolver o leitor com os personagens e situações, eu fiquei nervosíssima com o final junto com os personagens. Ok, então vamos ao que interessa.

Quentin Jacobsen tem uma paixão platônica e avassaladora por Margo Roth Spiegelman, que além de ser sua vizinha desde a infância também é sua colega de escola, por quem vive disfarçando olhares apaixonados, sem nunca ter coragem para se declarar. Sendo ela a figura mais popular e influente da escola, e conhecida por suas aventuras e Q conformado com sua posição na hierarquia escolar junto com seus dois amigos: Radar, e seus pais com uma enorme coleção de Papais Noel negros e o nosso querido Ben-Mija-Sangue.

O livro inicia com Margo e Q ainda crianças e sua visita até o Jefferson Park de bicicleta, e o que foi para Q algo assustador, para Margo foi motivo de mistério e investigação: a descoberta de um homem morto em pleno parque. A partir dai Margo começa uma investigação para saber quem era o homem e o motivo de sua morte, no final do dia Margo volta e conta a Q sobre suas investigações, Margo conclui que os fios o homem morto de arrebentaram. Isso não sai da cabeça de Q, e com o passar do tempo eles seguem caminhos diferentes.

Após alguns anos Margo volta a janela de Q, com o rosto pintado de preto e vestida de preto, ela diz a Q que precisa resolver 11 problemas naquela noite e necessita de sua ajuda e da minivan de sua mãe. Após terem deixados algumas pichações e peixes para alguns "amigos", depilarem a sobrancelha de outro e invadirem SunTrust, vulgo Aspargão, Margo fala sobre as cidades de papel, e para encerrar a madrugada eles invadem o SeaWord. Após chegar em casa, Q faz muitos planos, ele não sabia que mais uma vez Margo desapareceria.

"A lista de Margo: 

-3 Bagres inteiros, Embalados separadamente

-Veet (é para Depilar as pernas, Só que não Precisa De barbeador. Fica na parte de cosméticos para Mulheres)

-Vaselina

-6 latas de Mountain Dew

-Uma dúzia de Tulipas

-uma Garrafa De água

-Lenços de papel

-uma Lata de tinta Spray azul"
 --
" - Eu fico impressionada com o fato de você achar essa merda toda remotamente interessante.

- O quê?

- Universidade: entrar ou não. Confusão: se meter ou não. Colégio: tirar dez ou dois. Carreira: ter ou não. Casa: pequena ou grande, própria ou alugada. Dinheiro: ter ou não. É tudo muito chato"

No outro dia Margo não aparece na escola e como sempre deixa pistas inteligentes, dessa vez para Q, mas ela não contava com a paixão e afinco de Q de encontra-lá. Q junto com seus amigos logo encontram as pistas a partir da persiana de Margo que leva as outras pistas e consequentemente aos bairros fantasmas e encontram mais pistas lá. Até que algumas semanas após seu desaparecimento e exatamente no dia da colação de grau, Q finalmente descobre o significado de cidades de papel e seu paradeiro, ele comunica seus amigos e no final das contas partem contra o tempo Ben, Radar e Lacey a procura do mistério Margo Roth Spiegelman.

O final para muitos tenha sido uma decepção, mas o livro inteiro é um completo mistério até o fim, causou em mim e creio que em outros leitores um misto de muitos sentimentos e reflexões, Quentin é um rapaz tão amável e corajoso e Margo só terá a compreensão de poucos, como teve de mim.
Enfim, é o tipo de livro difícil de parar de ler, uma leitura que flui sem esforço algum e de repente já estamos no final, Green mais uma vez mostrou que fez uma pesquisa muito grande para criação dessa obra e que é um excelente escritor. Um livro recomendado a todos, sem restrições.

Gabriele Laco.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Sábado Cinza

Naquele sábado chuvoso, com o céu em várias camadas de cinza, sua roupa molhada, naquela maldita parada de ônibus, onde passavam todos os ônibus menos o seu, as lagrimas rolavam por seu rosto, poucas lagrimas, mas com um peso enorme. 
Foi quando ele disse para ela ir e lhe deu um beijo seco na testa, que ela foi com o peito inflado de orgulho e o coração acelerado. Orgulho que nunca dura muito tempo ao se tratar dele, logo veio a dor, magoa e decepção. 
Só queria o minimo de reconhecimento, pelo carinho e amor que doava. Aquela semana havia sido tão agitada, com tantas febres, visitas ao hospital e hora certa para cada remédio, se preocupava e isso doía. Gostaria apenas do minimo de retribuição, pois até mesmo sem retribuição continuaria ali, ao seu lado, lhe cuidando e lhe amando incondicionalmente. 
Ao chegar em casa e ao tomar um banho quente, mais lagrimas rolaram, estava incrédula por se importar com tamanha bobagem, o coração amarrotado de ressentimento. 
O telefone tocou e alguns gritos se instauraram, uma briga tão inútil e tão passageira, qual necessidade de machucar quem se ama, mesmo sem querer, por que não compreender o lado do outro ao invés de julgar e "fazer pouco". 
No final das contas e da noite, com os olhos inchados e dor de cabeça, foi no calor do corpo dele e o seu cheiro que aliviou toda dor, foi nos braços dele onde dormiu a noite inteira um maravilhoso sono e pela manhã ao abrir os olhos se sentiu feliz por estar ali, impossível não conter um sorriso ao abrir os olhos e ver o acaso mais bonito da sua vida bem ali, a centímetros de distancia. 

Gabriele Laco


sexta-feira, 22 de maio de 2015

Margo da minha vida

Menina onde é que tu está? Pra onde foste? Em qual Caverna de Troll tu te esconde?
Avassalador saber que a menina da sobrancelha grossa e da perna comprida sumiu. Puf! Em um toque de mágica ou talvez não tenha sido mágica, só a necessidade de fugir da batalha constante. 
Meu senso de preocupação apitou, a mente deu aquele estalo característico de fazer o coração dar um salto até a boca. Lembrei da tristeza que espreitava lá no fundo dos teus olhos castanhos, nunca se sabe o que o bichinho da tristeza é capaz de fazer com alguém. 
Diferente de Margo, não houve pistas, nem recados e nem portas fora dos batentes, e se houvesse não seriam destinados a mim. Meu papel é apenas relatar a mulher incrível que tu é, apreciar teu leve cheiro de cigarro e torcer para que tu volte logo, sã e salva. 

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Velho amigo

Não vejo outra maneira de começar a escrever sem ser dizendo que fiquei triste.
Eu sei, faz tanto tempo e não foi nada de excepcional, mas o que  minha memória me permite lembrar é que foi bom aquele um ano e meio periodicamente juntos. Eu fui uma criança feliz o teu lado, uma criança que estava se descobrindo, no início de uma adolescência que posteriormente eu acharia interminável.
Tu era um rapazinho tão bonito, com o cabelo meio ondulado, a pele branquinha e um sotaque carioca que era tua marca. Senti tua falta com a partida sem explicação, tu foi pra tão longe... longe de mim.
Ao longo desses anos sem ter contato algum, senti tua falta e histórias engraçadas eu contei sobre nós, histórias que com o tempo voaram da memória e que se me perguntarem hoje, talvez eu não lembre mais.
Mas ontem em meio a milhões de pensamentos, eu te vi e revi, mau pudi acreditar. O meu amigo que a tanto não via estava ali, bem ali, em uma fila de mercado. Santo Deus! Minha cabeça deu uma girada, será que falo ou não falo? Falei. Foi um decepção tão grande.
Meu coração rachou um pouco com tanta frieza e tensão, não imaginava que iria te reencontrar assim e ter uma recepção tão... triste. Gostaria de beijos e abraços, o número do teu celular... Tu me reconheceu muito bem, se ainda não lembrasse eu ficaria menos triste, mas não.
Ao que parece nossa importância um na vida do outro não foi reciproca. Só gostaria de relatar que doeu um pouco, mas vou guardar as lembranças felizes do curto prazo da minha infância que tive o prazer de compartilhar com o menino do cabelo ondulado e do sotaque carioca.

Gabriele Laco

domingo, 10 de maio de 2015

Alucinação?

Os olhos eram orbitas negras, como um buraco negro que tudo absorvia e nada devolvia, olhos cheios malicia e sarcasmo, a pele era convidativa e constantemente tentava minhas mãos para um passeio, os cabelos ondulados tão escuros quanto os olhos, seu corpo de uma beleza nada excepcional, mas que tinham um poder absoluto sobre mim e de certa forma me causavam medo do que encontraria me entregando a ele.
Seu corpo nunca conheci, minha imaginação e criatividade voam longe ao pensar nele, em como seria desbravar cada parte, em toca-lo, acaricia-lo e beija-lo lentamente, uma questão que sempre ira ficar no pensamento e por conta da imaginação.
A maneira como o cigarro pendia na boca, o jeito que cruzava as pernas para fumar seu cigarro enquanto tomava café e como ficava bem com aquela manta xadrez, pequenas coisas insignificantes para os outros, mas para meus olhos e todo meu corpo causava um desejo e admiração absurdo.
Se camuflava em meio a multidão, não faço ideia de como conseguia, tinha um brilho especial, que poucas pessoas possuem, era um mistério, nunca soube por que me escolheu para me confiar alguns mistérios daqueles olhos.
A maneira como ele se foi sem dizer ao menos adeus, sem deixar um bilhete ou dizer quando voltaria me doeu, ele me fez sentir viva e de repente sumiu. Depois de algum tempo percebi que jamais deveria esperar um adeus ou um bilhete, aqueles olhos absorviam, mas nada devolviam.
Eu ainda lhe procuro pelas multidões ou em meio de livros e cigarros, mas ele se camufla muito bem, já não sei se foi real ou apenas uma alucinação, a unica certeza que tenho é que sinto falta das mãos geladas dele aninhando as minhas pequenas mãos.

Gabriele Laco