quarta-feira, 20 de maio de 2015

Velho amigo

Não vejo outra maneira de começar a escrever sem ser dizendo que fiquei triste.
Eu sei, faz tanto tempo e não foi nada de excepcional, mas o que  minha memória me permite lembrar é que foi bom aquele um ano e meio periodicamente juntos. Eu fui uma criança feliz o teu lado, uma criança que estava se descobrindo, no início de uma adolescência que posteriormente eu acharia interminável.
Tu era um rapazinho tão bonito, com o cabelo meio ondulado, a pele branquinha e um sotaque carioca que era tua marca. Senti tua falta com a partida sem explicação, tu foi pra tão longe... longe de mim.
Ao longo desses anos sem ter contato algum, senti tua falta e histórias engraçadas eu contei sobre nós, histórias que com o tempo voaram da memória e que se me perguntarem hoje, talvez eu não lembre mais.
Mas ontem em meio a milhões de pensamentos, eu te vi e revi, mau pudi acreditar. O meu amigo que a tanto não via estava ali, bem ali, em uma fila de mercado. Santo Deus! Minha cabeça deu uma girada, será que falo ou não falo? Falei. Foi um decepção tão grande.
Meu coração rachou um pouco com tanta frieza e tensão, não imaginava que iria te reencontrar assim e ter uma recepção tão... triste. Gostaria de beijos e abraços, o número do teu celular... Tu me reconheceu muito bem, se ainda não lembrasse eu ficaria menos triste, mas não.
Ao que parece nossa importância um na vida do outro não foi reciproca. Só gostaria de relatar que doeu um pouco, mas vou guardar as lembranças felizes do curto prazo da minha infância que tive o prazer de compartilhar com o menino do cabelo ondulado e do sotaque carioca.

Gabriele Laco
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