domingo, 10 de maio de 2015

Alucinação?

Os olhos eram orbitas negras, como um buraco negro que tudo absorvia e nada devolvia, olhos cheios malicia e sarcasmo, a pele era convidativa e constantemente tentava minhas mãos para um passeio, os cabelos ondulados tão escuros quanto os olhos, seu corpo de uma beleza nada excepcional, mas que tinham um poder absoluto sobre mim e de certa forma me causavam medo do que encontraria me entregando a ele.
Seu corpo nunca conheci, minha imaginação e criatividade voam longe ao pensar nele, em como seria desbravar cada parte, em toca-lo, acaricia-lo e beija-lo lentamente, uma questão que sempre ira ficar no pensamento e por conta da imaginação.
A maneira como o cigarro pendia na boca, o jeito que cruzava as pernas para fumar seu cigarro enquanto tomava café e como ficava bem com aquela manta xadrez, pequenas coisas insignificantes para os outros, mas para meus olhos e todo meu corpo causava um desejo e admiração absurdo.
Se camuflava em meio a multidão, não faço ideia de como conseguia, tinha um brilho especial, que poucas pessoas possuem, era um mistério, nunca soube por que me escolheu para me confiar alguns mistérios daqueles olhos.
A maneira como ele se foi sem dizer ao menos adeus, sem deixar um bilhete ou dizer quando voltaria me doeu, ele me fez sentir viva e de repente sumiu. Depois de algum tempo percebi que jamais deveria esperar um adeus ou um bilhete, aqueles olhos absorviam, mas nada devolviam.
Eu ainda lhe procuro pelas multidões ou em meio de livros e cigarros, mas ele se camufla muito bem, já não sei se foi real ou apenas uma alucinação, a unica certeza que tenho é que sinto falta das mãos geladas dele aninhando as minhas pequenas mãos.

Gabriele Laco
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