segunda-feira, 25 de maio de 2015

Sábado Cinza

Naquele sábado chuvoso, com o céu em várias camadas de cinza, sua roupa molhada, naquela maldita parada de ônibus, onde passavam todos os ônibus menos o seu, as lagrimas rolavam por seu rosto, poucas lagrimas, mas com um peso enorme. 
Foi quando ele disse para ela ir e lhe deu um beijo seco na testa, que ela foi com o peito inflado de orgulho e o coração acelerado. Orgulho que nunca dura muito tempo ao se tratar dele, logo veio a dor, magoa e decepção. 
Só queria o minimo de reconhecimento, pelo carinho e amor que doava. Aquela semana havia sido tão agitada, com tantas febres, visitas ao hospital e hora certa para cada remédio, se preocupava e isso doía. Gostaria apenas do minimo de retribuição, pois até mesmo sem retribuição continuaria ali, ao seu lado, lhe cuidando e lhe amando incondicionalmente. 
Ao chegar em casa e ao tomar um banho quente, mais lagrimas rolaram, estava incrédula por se importar com tamanha bobagem, o coração amarrotado de ressentimento. 
O telefone tocou e alguns gritos se instauraram, uma briga tão inútil e tão passageira, qual necessidade de machucar quem se ama, mesmo sem querer, por que não compreender o lado do outro ao invés de julgar e "fazer pouco". 
No final das contas e da noite, com os olhos inchados e dor de cabeça, foi no calor do corpo dele e o seu cheiro que aliviou toda dor, foi nos braços dele onde dormiu a noite inteira um maravilhoso sono e pela manhã ao abrir os olhos se sentiu feliz por estar ali, impossível não conter um sorriso ao abrir os olhos e ver o acaso mais bonito da sua vida bem ali, a centímetros de distancia. 

Gabriele Laco


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