quinta-feira, 4 de junho de 2015

[RESENHA] O Diário de Anne Frank

( Editora BestBolso, edição definitiva por Otto H. Frank e Mirjam Pressler)


Olá gente, hoje irei resenhar um livro que particularmente mexeu muito comigo, além de que, eu por volta dos meus 12/13 anos era muito parecida com ela, desde os conflitos com a mãe, por se sentir sozinha, pela paixão por escrever, até pela perspectiva de mundo, ainda sou parecida, mas quando era mais jovem as semelhanças eram mais gritantes. Também pela maneira dura que é o final, quando comecei a ler não me comovi como me comovo ao ver outros relatos de guerra, sejam ficção ou baseado em fatos reais, mas em menos da metade do livro e já sabendo o final eu comecei a me envolver tanto com ela e com todos do Anexo Secreto, e o que mais dói é realizar que eram pessoas como nós que foram injustiçadas e foram submetidas a tanto sofrimento por conta de terem nascidos judeus, como se isso fosse uma escolha. Mesmo com todos os sonhos que Anne não conseguiu realizar, ela conseguiu se eternizar como sonhava e ser ouvida a partir de seus relatos que são tão singelos e característicos de uma adolescente marcada por um dos fatos mais tristes e cruéis da história. Então vamos ao que interessa.

"Como, sem dúvida, você pode imaginar, nós costumamos perguntar, em desespero: "Qual é o sentido de guerra? Por que, por que as pessoas não podem viver juntas em paz? Por que toda essa destruição?" 
A pergunta é compreensível, mas até agora ninguém encontrou uma resposta satisfatória. Por que a Inglaterra fabrica aviões e bombas maiores e melhores e, ao mesmo tempo, constrói casas novas? Por que gastam milhões com a guerra a cada dia, enquanto não existe um centavo para ciência médica, para artistas e para os pobres? Por que as pessoas têm de passar fome, quando montanhas de comida apodrecem em outras partes do mundo? Ah, por que as pessoas são tão malucas?"

Annelies Marie Frank, mas conhecida como Anne Frank nasceu em 1929, na Alemanha, filha de Otto Frank, banqueiro e Edith Frank, dona de casa e irmã mais nova de Margot Frank. Aos 4 anos sua família emigra para Holanda, Amsterdã com chegada de de Adolph Hitler em 1933. Em 1942 com a perseguição aos judeus e minorias deflagrada a família Frank e mais quatro pessoas ( com pseudônimo de família van Dan e Albert Dussel), se escondem no sótão do escritório de Otto Frank. Eles se mantem escondidos durante dois anos, até serem delatados.

"Não acredito que a guerra seja apenas obra de política e capitalistas. Ah, não, o homem comum é igualmente culpado; caso contrário, os povos e as nações teriam se rebelado há muito tempo! Há uma necessidade destrutiva nas pessoas, a necessidade de demonstrar fúria, de assassinar e matar. E até que toda humanidade, sem exceção, passe por uma metamorfose, as guerras continuarão a ser declaradas, e tudo o que foi cuidadosamente construído, cultivado e criado será cortado e destruído, só para começar de novo!"

O livro inicia com o aniversário de 13 anos de Anne, onde um dos presentes é o seu diário e companheiro inseparável. Anne conta um pouco de sua vida antes do Anexo e a mudança repentina para o esconderijo, dias depois chegam o Sr. e Sra e o filho, Peter van Dan e alguns meses depois o Sr. Dussel. A partir dai Anne retrata o cotidiano e como o confinamento e a tensão de estar em meio a uma guerra torna pequenos problemas, em problemas de escala grandiosa e traz a tona e intensificam os defeitos e qualidades de cada pessoa, suas magoas, tristezas, medos, ranzinzices, bondade, compaixão...



O livro mostra a transformação que acontece em meu a uma guerra e em um confinamento, o livro é interessante por conta disso. Não mostra como é no campo de batalha ou o meio politico, mas mostra pessoas de verdade sobre o relato de um diário que inicialmente é escrito por uma menina que entra na adolescência e se transforma precocemente em uma mulher.

Então para quem gosta de bons livros e história esse livro é perfeito, intenso, cheio de emoções e sentimentos a flor da pele e repleto de sonhos adolescentes. Espero que tenha dado para se identificar com a resenha e que tenha despertado a curiosidade de vocês sobre o livro.

Gabriele Laco.


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