sexta-feira, 24 de abril de 2015

Eu lírico

Cabelos loiros escuros arrepiados, braços compridos, costas estreitas, mãos e pés gigantes, unhas pequenas, pernas grandes, um sorriso largo, lindo e bobo, os olhos são orbitas cor de mel que me adoçam, a levantada de sobrancelha que tem história, minha obsessão por beijar teu queixo, a ponta do nariz e pescoço. Viu? Não consigo manter uma coerência de fatos quando se trata de ti, me vem milhões de lembranças na mente, impossível não sorrir e sentir saudade.
Sabe aquela musica que diz assim "me disseram que você estava chorando e foi então que eu percebi como lhe quero tanto"? Pois é, com a única exceção que ninguém me contou, eu vi teus olhos tão grandes, marejados e vermelhos, envoltos em uma confusão e talvez medo. Agora sem firula, falando sério, te ver daquela maneira me desarmou, eu só queria te envolver nos meus minúsculos braços e sentir teu calor no meu corpo, até toda confusão e todo resto passasse, eu percebi que te quero muito mais que imaginava. 
Naquele banco de praça, com todos aqueles pais com seus filhos, aquele casal que parecia tão feliz com a menininha ruiva eu reforcei minha ideia de ter um futuro ao teu lado, mas por alguns minutos abandonei tudo, bifurquei os planos e tive vontade de ir embora depois de ouvir tantos "não sei", eu estava ali, dando a cara a tapa e me transformando pra ti, mudando, querendo ser melhor e só ouvia "não sei". Depois de todo aquele papo sem pé e nem cabeça, sem chegar em algum lugar, sem a interpretação do outro, conseguimos desemaranhar o fio e dar as mãos em meio disso tudo. As coisas não foram mais as mesmas e tu sabe disso, mas tudo isso me fortaleceu e me trouxe mais a razão.
Eu penso em ti quase o tempo todo, penso não pensando, isso faz algum sentido? E quando chega a noite e eu pego o ônibus e venho pra casa é tu que quero encontrar, te abraçar e contar como foi o dia, rir das bobagens que falamos, deitar no sofá apertado pra ver Yes, Man! adormecer contigo me fazendo cafuné e acordar no meio da noite e te observar um tempo enquanto tu dorme, penso que sou sortuda por te encontrar tão cedo e nos darmos tão bem, as diferenças fazem parte, chato seria se fossemos iguais, mesmas ideias, nada a acrescentar, fechados em um mundinho. 
E naquele banco de praça em meio a turbilhão de coisas, quando tu olhou nos meus olhos e disse que me amava, que não era pra duvidar disso, eu só queria dizer que não duvido, nunca duvidei, desde o primeiro eu te amo. 

Eu te amo!

Gabriele Laco

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