quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Um poço bem fundo

As vezes pego-me no fundo de um poço, mas ao invés de água, existe apenas tédio, a beira de transbordar.
Realmente, sinto-me péssima. As situações que me rodeiam perdem seu valor ou tornam-se exageradas, lugar algum me satisfaz, nada prende minha atenção. Em meio desse transtorno entram minhas amigas velhas e corocas, irritação e estresse, andam de mãos dadas comigo a uns 17 anos, sinto-me um animal feroz  em cativeiro atiçado, que atacaria qualquer um por instinto.
Sem dizer que em minha vida fui agraciada com pessoas maravilhosas que amo e me amam, tenho pais companheiros e amorosos, uma irmã linda e carinhosa, um melhor amigo intitulado de namorado e eu adoro meus gatos. Odeio sentir-me assim, com todas as minhas forças, pois não tenho motivo algum para entrar nesse estado autodestrutivo psicológico
Mesmo com o quebra-cabeça aparentemente montado, faltam peças que até ontem eram secundarias, mas agora tornaram-se importantes, peças perdidas que fazem-me quebrar a cabeça tentando encontrá-las.
Sigo diariamente retirando baldes de tédio do meu poço psicológico, lutando diariamente contra meu estresse e irritação de animal em cativeiro, sigo lutando juntamente com milhares de pessoas que diariamente tentam esvaziar seu poço.

Gabriele Laco
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